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sábado, 31 de março de 2018

O que é Paleomagnetismo ?

Paleomagnetismo é o estudo das propriedades magnéticas das rochas. O paleomagnetismo ajuda na nossa compreensão das placas tectônicas, mineralogia, petrogênese, geocronologia, e a história do campo magnético da Terra.
Alguns minerais magnéticos comuns em rochas ígneas, como a magnetita, irá “adquirir” o campo magnético de seu entorno quando a rocha esfria. Em temperaturas muito altas, os minerais magnéticos são altamente suscetíveis ao campo magnético a seu redor.

Aqui algumas das característica físicas e químicas da Magnetita:
Fórmula Química – Fe3O4
Composição – Óxido de Ferro. 31,0% de FeO, 69,0% de Fe2O3
Cristalografia – Isométrico
Classe – Hexaoctaédrica
Propriedades Ópticas – Isotrópico, cinza comumente com matiz marrom.
Hábito – Octaédrico, dodecaédrico, cúbico, maciço, granular
Clivagem – Indistinta
Dureza – 5,5 – 6
Densidade relativa – 5,1
Fratura – Subconchoídal a ausente
Partição – Octaédrica
Brilho – Lustroso, metálico a submetálico
Cor – Preto-metálico


Curiosamente, a magnetita também pode ser encontrada em locais não muito comuns. É possível encontrá-la em bactérias (magnetospirillum, magnetotacticum) e em cérebros de abelhas, de cupins, de alguns pássaros e até mesmo em cérebros humanos(apenas traços). Acredita-se que os cristais de magnetitas estão envolvidos na magneto recepção, no senso de polaridade ou inclinação do campo magnético da Terra, que é exatamente o tema que estamos abordando.

Quando o mineral magnético esfria através do seu “ponto de Curie” (que varia de mineral para mineral), o campo magnético circundante torna-se “congelado”, e o mineral magnético é magnetizado de acordo com o campo ao redor no momento em que resfriado abaixo do ponto de Curie.

O que é ponto Curie ? 
Também chamado de temperatura Curie, é a temperatura na qual certos materiais magnéticos sofrem uma mudança brusca em suas propriedades magnéticas, isto é, temperatura acima da qual um mineral magnético perde o seu magnetismo. No caso de rochas e minerais o magnetismo remanescente aparece abaixo do ponto de Curie (570°C ou 1060°F), para a magnetita. Esta temperatura foi verificada pelo físico francês Pierre Curie, que em 1895 descobriu as leis que se relacionam com algumas propriedades magnéticas à mudança de temperatura.
Desse modo as propriedades do campo geométrico é “fossilizada” em rochas acompanhando a posição dos continentes e oceanos no passado, e assim, estudar a história e a dinâmica do movimento global e das placas do Pré-Cambriano até o presente.
Estes dados permitem um modelo em escala global do impacto das placas tectônicas em climas antigos. Métodos específicos aplicados ao magnetismo ambiental dos depósitos sedimentares, e por outro lado permitem reconstruir o paleoclima e paleoambiente em uma escala mais regional.

Periodicamente, o campo geomagnético muda sua “polaridade”,ou seja, houve momentos no passado em que o norte magnético de uma bússola apontaria na direção da posição atual da Antártida. As causas exatas da polaridade geomagnética “reversões” não são bem compreendidos, no entanto a sua presença tem ajudado muito no estudo do geomagnetismo terrestre.
Resumindo, este estudo mostra que algumas rochas registavam o campo magnético terrestre na sua formação, e conservando-o durante centenas de milhões de anos. Mostrou, ainda, que muitas dessas rochas apresentavam o registo de um campo magnético com polaridade diferente da atual, evidenciando que o campo magnético terrestre tinha sofrido, com frequência, inversões na sua polaridade (inversão magnética).
Assista ao vídeo, é bem interessante.